quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Indústria da Paz



INDÚSTRIA DA PAZ

  O conceito de indústria da paz. Deve-se ter a lucidez necessária para o enfrentamento de um estado obsoleto do status quo que se pretende mexer. 

  A indústria da guerra sempre moveu o mundo, em especial, os chamados países desenvolvidos. É exatamente isso que se precisa mudar. Uma indústria da paz a ser estabelecida dentro dos ditames do mercado internacional, como alternativa de concorrência a um novo modelo de consciência.

  Consciência que não parta de regras externas, mas do indivíduo enquanto pessoa humana que traz em si a responsabilidade inerente de sua existência e inafastável comprometimento com a sobrevivência do planeta e de sua qualidade de vida às espécies vivas e seres sencientes, de todos os reinos. 

  Não há que se passar a tigela da mendicância em uma tentativa ineficaz, desproporcional, perdedora de partida, de uma indústria da paz em contraponto a uma bem sucedida indústria da guerra.

  Na presente ordem mundial, o conceito de indústria da paz deve ser incorporado sem tabus e preconceitos de uma hipocrisia institucionalizada e ganhar o mercado que alavancará um novo procedimento. O procedimento de uma atividade econômica e financeira sustentável, sólida, realista, à luz do próprio mercado que a demanda. A indústria da paz só será bem sucedida com ganhos delineados e bem definidos. 

  Rever o conceito da paz em si, como protagonista de toda mudança que se pretende, para tirar a paz do caminho morto e vivificá-la no cotidiano dos atos comuns e da prática do comércio, dos diferentes níveis de mercado, do rudimentar ao virtual.

  A paz deve gerar lucros, a paz deve gerar divisas, a paz deve gerar dividendos. Maneira pela qual ela estará em condições de se sobrepor à altamente rentável indústria da guerra. Vale aqui observar que qualquer atividade não sustentável, comprometedora do meio e de um exercício mais harmônico, tem sido o alimento que garante toda sorte de guerras. Guerras todas elas predatórias da vida das espécies, do planeta, incluindo, obviamente, o próprio homem.
  Se se pretende transformar o mundo, se começa pelo homem. Se não se pretende nada novo, temos já definido o exaurimento do sistema em médio, curto e longo prazos.
  Assim, a proposta de uma indústria da paz traz consigo a imperiosa necessidade do novo, para um novo mundo. O homem atual tem que matar em si o velho para que o novo surja. E não se trata de uma escolha caprichosa. As necessidades e os desafios desse tempo presente, que se poderia denominar como pós-tudo, demandam essa assertiva. O líder do futuro é o líder do presente. O líder do presente não está fora, mas dentro de cada um. O homem há que ser reinventado a partir de sua crise, como sinônimo de oportunidade. Oportunidade de evoluir e crescer em vista de sua superação e plenitude.
  A indústria da paz começa dentro de nós e vem para garantir a vida na Terra e no Universo que a circunda. Sem paz continuaremos a perder para as guerras. É hora de olhar para dentro e mudar.
Flávio Marcondes Velloso, escritor, professor, membro da União Brasileira de Escritores, do Instituto Pimenta Bueno da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, da Associação de Direito e Economia Europeia da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, fundador do Partido Budista Brasileiro, uma referência moral, virtual, autor de "Direito de Ingerência por Razões Humanitárias em Regiões de Conflito", "Tribunal Internacional de Justiça. Caminho para uma Nova Comunidade", dentre outros. Blog http://fmarcondesvelloso.blogspot.com . Endereço eletrônico flaviomarcondesvelloso@gmail.com . Escrito para o Colóquio de Sua Santidade o Dalai Lama, Dra. Cristiane Bomeny, Dr. Ozires Silva, ocorrido no WTC SP, setembro de 2011, para uma Nova Consciência.